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  • Foto do escritorCentro Cultural Ensaio

Sobre a Comédia

Quando terminei o módulo de Tragédia confesso que estava exausta. Inúmeros ensaios extras, mudanças de planos e o corpo sendo sempre colocado ao limite em todos os ensaios. No fim das contas, me vi agradecendo por ter terminado aquele módulo que, sem dúvidas, é um dos mais difíceis que já fiz no CCE. No dia 29 de Setembro fui à sala de aula buscar meus resultados com um sorrindo enorme no rosto, pois estava prestes a adentrar um módulo que, na minha cabeça, seria o mais tranquilo pelo simples fato de ser “comédia” e de ter ouvido de muitas pessoas que sou engraçada.


Porém, no caminho para sala, me deparo com a aluna Cilene Ribeiro, que também tinha acabado o módulo comigo e já havia feito o de comédia; subindo as escadas ela me disse: “Se prepare para as dores nas colunas, as várias horas de ensaio extra e a surpresa de finalmente entender o que é a comédia!” Bom, sei que o módulo apenas começou, mas já vejo o que ela quis dizer com aquela fala.


Sei que, pela forma que estou abordando, parece que o módulo de comédia é um pesadelo, mas na verdade é totalmente o oposto. Claro, as dores na coluna são reais, a falta de ar no fim da aula também, assim como os 3 copos de águas bebidos inteiros em apenas 3 horas. Mas tudo isso é “pago” com as surpresas que vivemos a cada aula. Creio que esse é um módulo em que muitos – assim como eu – adentram com uma opinião já formada a respeito, achando que será “mamão com açúcar”, mas já na primeira aula tudo isso é descontruído.


Das várias experiências que já vivi no CCE, umas das melhores é essa descoberta, entender que nem tudo o que parece, é. A cada aula aprendo mais sobre a essência da comédia, suas técnicas e a importância que essa tem para a arte e para o mundo como um todo. Dúvidas que nunca pensei que teria, analisar um malabarismo no semáforo como nunca havia feito antes, me olhar no espelho e assumir meus defeitos e amar minhas qualidades (sim, esse módulo me proporcionou isso), segurar na mão de um colega e dizer: “Nós vamos conseguir isso juntos!”, tudo isso eu vive em apenas 3 meses nesse módulo.


A comédia pra mim é, portanto, descoberta. A cada aula vejo que a arte está presente em tudo, sim – até nos pequenos detalhes - e que essa é mais técnica do que aparenta ser. Por fim, nesse módulo é possível aprender que quimera, samurai, Arlequim e Molière tem tudo a ver e que Charles Chaplin estava plenamente correto ao dizer: “Falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria.”


Texto de: Maria Luísa Ferreira Magalhães


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1 comentário


Cilene Ribeiro
Cilene Ribeiro
19 de dez. de 2018

Amei o texto

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